(...)
As emoções e
os afetos: delimitações conceituais e perspectivas teóricas
As emoções e os afetos exercem importantes papéis na existência
humana. Na pré-história, seus principais papéis eram de sobrevivência, ativando
o sistema fisiológico, que tornava o homem predisposto a executar ações
específicas em prol da manutenção da vida. Adquiriram, então, a função de
comunicação e registro de momentos significativos da história do sujeito,
podendo, às vezes, ser adequados a gêneros e contextos sociais específicos,
devido às normas e costumes específicos da sociedade. A expressão da
subjetividade e da individualidade constitui outro importante papel das emoções
e afetos.
As emoções distinguem-se dos afetos na medida em que se relacionam
com as alterações fisiológicas e comportamentais desencadeadas por estímulos
internos, como pensamentos e imagens mentais ou estímulos externos e independem
da ação consciente. Já os afetos, subdivididos em sentimentos, humores e
temperamentos, apresentam maior constância temporal e estão relacionados a
aspectos cognitivos.
Buscar definições para um fenômeno tão multifacetado como os
estados afetivos-emocionais, tem resultado em significativas divergências
teóricas, não havendo um consenso quanto a que aspecto exerceria a primazia.
Para a perspectiva biológica, a emoção, devido à sua função mantenedora da
sobrevivência, selecionaria as manifestações afetivas adequadas. Em
contrapartida, a perspectiva do construtivismo social aponta a determinação
cultural sobre a expressão da emoção e dos afetos, implicando em deliberações
cognitivas anteriores a expressão da emoção.
A relação
entre cognição e emoção
Estudiosos que se dedicam aos estudos entre cognição e afeto,
pensamento e sentimento, razão e emoção, ainda procuram descobrir a relação
entre cognição e emoção, se estas estão sob domínio cognitivo ou se elas
exercem o controle sobre a cognição.
Os cognitivistas afirmam que a forma como pensamos influencia
nossos sentimentos, comportamentos e seus correlatos fisiológicos. Nessa
teoria, a natureza e a função do processamento de informação (atribuição de
significado) constituem a chave para entender o comportamento mal adaptativo
dos processos terapêuticos positivos. (BECK, 1997)
Os psicanalistas, através dos estudos de Freud e Breuer (1895),
centram suas análises nos processos não conscientes que permitem a expressão
psicopatológica de estados emocionais afetivos no plano consciente.
Assim, defender que a emoção não é inteiramente controlada pela
cognição significa pensar que ela ocorre fora da esfera da consciência.
Corroboram com esse pensamento os neurofisiologistas, que dizem que os
estímulos emocionais externos atingem o cérebro por meio do tálamo sensorial,
que retransmitiria esse estímulo ao cérebro por duas vias simultâneas: uma mais
rápida (responsável pela emoção), para garantir a resposta do organismo, e
outra mais lenta (responsável pela cognição), para permitir a avaliação do organismo.
E embora as emoções sejam processadas inconscientemente, é no
plano da consciência e no das interações sociais que elas adquirem significado.
Segundo Damásio (1996), a cognição permite avaliar o estímulo desencadeador de
emoções negativas ou positivas e preparar um repertório individual flexível que
faça com que possamos evitá-lo ou ativá-lo, em vez de reagir apenas
automaticamente.
Assim, por ser um fenômeno subjetivo e de difícil demarcação e por
serem consideradas disfuncionais no contexto do trabalho, as emoções e os
afetos, nesse ambiente, foram deixadas em segundo plano, devendo ser suprimidas
ou evitadas.
Razão e
emoção no contexto das organizações formais de trabalho
Antigamente, considerava-se que as emoções e os sentimentos
atrapalhavam o pensamento e as ações planejadas no contexto das organizações de
trabalho. Hoje se admite, com mais clareza, que as emoções são adaptações bem
projetadas, ou seja, passíveis de auto e heterogerenciamento, que atuam em
harmonia com o intelecto, sendo indispensáveis ao funcionamento da mente.
Há uma relação de interdependência entre emoção e razão, e não de
exclusão. A importância dada aos relacionamentos parte do pressuposto de que as
necessidades e interesses das organizações são as necessidades e interesses dos
indivíduos, de forma coletiva. Suas necessidades se originam no ser complexo
que somos e que, necessariamente, passam pela emocionalidade das relações
sociais e suas trocas intersubjetivas. (LEITÃO et al, 2006)
O foco apenas nos resultados e objetivos finais da organização
denuncia a preocupação racional com a eficiência e eficácia, mas são as emoções
e os afetos que contribuem para a efetividade organizacional, visto que são
estes fatores que dão qualidade às relações humanas no trabalho.
Fineman (2001) separa as inter-relações entre emoções e razão no
contexto organizacional em três perspectivas:
· Emoções que perturbam a racionalidade, em que
as pessoas agem com base naquilo que percebem e, uma vez que essas percepções
sofrem interferências externas, as ações daí decorrentes sempre serão
enviesadas e passíveis de distorções.
· Emoções que podem ser úteis à racionalidade,
em que reconhece que o ser humano não tem condições de equacionar e processar
um grande volume de informações que o façam vislumbrar todas as alternativas
possíveis de solução e avaliar, inclusive, suas conseqüências. As suas decisões
são otimizadas pelo uso de alternativas como intuição e heurística.
· Emoções e
razões concebidas como duas faces da mesma moeda, que defende que as emoções e
razões se entrelaçam, numa posição extremada, afirmando que a distância entre
cognição e afeto não são sustentáveis, e que a racionalidade é um mito. Assim,
as decisões organizacionais são muito pouco racionais e estão fortemente
ancoradas em afetos.
Não se pode negar a busca pela racionalidade no contexto organizacional, bem como não se deve negar a importância que as emoções alcançam nesse contexto. São os obstáculos em conciliar os níveis da emoção e da razão que fazem com que se privilegie uma em detrimento da outra. A racionalidade tão almejada pelas organizações pode ser mais bem sucedida ao se buscar incluir os aspectos afetivos.
Não se pode negar a busca pela racionalidade no contexto organizacional, bem como não se deve negar a importância que as emoções alcançam nesse contexto. São os obstáculos em conciliar os níveis da emoção e da razão que fazem com que se privilegie uma em detrimento da outra. A racionalidade tão almejada pelas organizações pode ser mais bem sucedida ao se buscar incluir os aspectos afetivos.
Somos seres de relações,
pois elas estão na formação de nossa identidade. E qualquer forma de associação
humana que atente contra nossa identidade, dificultando a convivência, é fonte
de mal-estar. A questão dos relacionamentos interpessoais e de sua inerente
dimensão emocional é crucial para a vida associada, pois são esses processos
interativos que formam o conjunto de sistemas que a organizam. As condições em
que ocorrem tais relacionamentos definem a forma de convivência entre os seres
humanos. Fazem a diferença entre sofrimento e bem-estar e definem como a vida
social é construída em seu cotidiano. Deteriorações nas relações interpessoais
resultam em deterioração das relações sociais, das relações inter e
intra-organizacionais. (LEITÃO et al, 2006)
Emoções e manifestações afetivas discretas no trabalho
Emoções discretas no
trabalho são definidas como manifestações afetivas de qualidades distintas.
Entre elas estão, por exemplo, o medo, a raiva, a surpresa, a alegria, a
tristeza e o asco. No Brasil, pouco se tem dado atenção aos estudos que são
voltados para as emoções discretas no trabalho.
Uma pesquisa de Mendonça
(2003), porém, vem avaliar uma outra manifestação afetiva discreta, a
retaliação. Ele avaliou se a orientação dos valores individuais, a percepção de
justiça organizacional e a percepção e o julgamento da retaliação influenciam a
atitude de retaliação, dentro da organização. A atitude de retaliação seria
formada por dois componentes, o afetivo e o conativo. O componente afetivo da
atitude de retaliação se apoia na crença de que a injustiça provoca ressentimento
e também no próprio sentimento de indignação para com a organização. Já o
componente conativo inclui a tendência consciente para retaliar, sendo que,
para a pessoa, esta é a maneira mais adequada para reparar uma injustiça.
Dentre as conclusões da
pesquisa, contatou-se que a percepção e o julgamento da retaliação favorecem a
atitude de retaliação. Porem, nesse aspecto, nem sempre os trabalhadores irão
reagir com a mesma intensidade emocional às injustiças, pois nem todos a
perceberão da mesma forma. Constatou-se também que pessoas com mais tempo na
organização tendem a ter atitudes de retaliação.
A escolaridade pareceu não
influenciar nessas atitudes, porém pessoas com maior grau de instrução percebem
injustiças na empresa com mais rapidez e de forma mais aguçada. No entanto,
mesmo as percebendo com mais clareza, elas não avaliam a retaliação como a
melhor forma de reparação.
Outro aspecto constatado
foi o de que cargos de chefia não aprovam a retaliação e tendem a perceber
poucas injustiças, devido ao grau de comprometimento com a empresa e seus
valores. Em relação aos aspectos individuais, pessoas que visam alcançar
objetivos apenas pessoais, dentro da empresa, estão mais propensas às atitudes
de retaliação.
Uma das limitações dessa
pesquisa está no fato de que ela avalia a retaliação apenas no plano cognitivo
e não a atitude propriamente dita, ou seja, ela analisa a propensão à
retaliação, o que não é o mesmo que analisar a retaliação na prática das
empresas. Isso ocorre porque, mesmo agindo de forma coerente com nossos
sentimentos, nem sempre essa relação se estabelece de modo concreto, ainda mais
em organizações, onde não se permite quaisquer atitudes de agressão ou
violência.
A violência é também outra
demonstração de afetividade que tanto pode ser discreta como pode ser aberta.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) "a violência é o uso
intencional da força física ou do poder real ou por ameaça, contra a própria
pessoa, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade que pode
resultar, ou tem alta probabilidade de resultar, em morte, lesão, dano
psicológico, alterações do desenvolvimento ou de privação". Ela está
constituída por incidentes nos quais os trabalhadores sofrem abusos, ameaças ou
ataques em circunstâncias relacionadas com o seu trabalho, incluindo o trajeto,
que colocam em perigo, implícita ou explicitamente, sua segurança, seu
bem-estar ou sua saúde. Seguindo esse viés, pesquisas internacionais
constataram que a ocorrência de agressividade nas empresas é rara. Constataram
também que as agressões no trabalho se dividem em três aspectos:
1) Expressão de
hostilidade, que inclui maneira de olhar, silêncio, gestos obscenos,
interrupção da fala do outro etc;
2) Obstrução concretizada,
que inclui diminuição do ritmo de trabalho, o não esclarecimento de dúvidas, o
não retorno de telefonemas importantes, entre outros e
3) Agressão aberta,
expressa por ataques físicos, destruição de objetos no trabalho, roubo,
sabotagem etc.
Essas pesquisas afirmam que
as agressões no trabalho são decorrentes de fatores sociais, fatores
situacionais, características pessoais, estados de humor internos e avaliação
cognitiva. Os fatores sociais mais importantes seriam a percepção de injustiça no
trabalho, como já dito anteriormente, e a diversidade na força de trabalho. Os
fatores situacionais importantes seriam os de inovações tecnológicas no
ambiente de trabalho, que provocam mudanças e adaptações, muitas vezes,
forçadas. As características pessoais de maior impacto seriam de impaciência,
irritação, isolamento e baixa capacidade de gerenciar emoções. No que tange ao
gênero, constatou-se que mulheres inibem mais a raiva, choram quatro vezes mais
que os homens e descrevem de maneira mais detalhada suas emoções que eles.
Uma pesquisa de Algoe e
DeLamater (2000) relacionou os aspectos de gênero e status no trabalho para
avaliar se os mesmos influenciavam na interpretação das emoções. Slides com
fotos de homens e mulheres com a mesma expressão facial eram passados aos
participantes da pesquisa. Inicialmente os participantes classificaram as
expressões faciais de mulheres como de embaraço e medo e as de homens como de
raiva e desgosto. Ao serem informados do cargo ocupado pelos representantes nos
slides, os chefes, antes classificados com expressão de medo, tiveram suas
expressões faciais classificadas como de raiva e desgosto e os empregados,
posteriormente, com expressão de embaraço.
Isso deixa claro que é
preciso sempre estarmos atentos às avaliações que fazemos de outras pessoas,
pois estereótipos e preconceitos podem influenciar na forma como interpretamos
emoções, sentimentos e ações e, consequentemente, na forma como reagimos em
relação a elas.
Afetividade no contexto do trabalho
A afetividade pode ser
caracterizada como a capacidade de experimentar sentimentos e emoções. No
conceito de afetividade está implícita a existência de um conteúdo relacional,
isto é, somos afetivos em relação a nós mesmos, ao outro ou a algum fato ou
contexto ambiental. Neste sentido o afeto é o ato de se deixar tocar e de ser
tocado pelos outros e pelo mundo e, quando isso ocorre, há uma nova
visualização da relação entre o ser e o mundo (VALLE, 2005)
Ainda segundo Valle (2005),
o afeto é um termo geral utilizado para exprimir os fenômenos da afetividade,
incluindo as nuances do desejo, do prazer e da dor, presentes na experiência
sob a forma de sentimentos vitais, humor e emoções. Considerando que grande
parte das experiências de um adulto são vivenciadas em ambientes de trabalho,
têm-se detectado a necessidade de abordar as características psicossociais dos
indivíduos que estão inseridos nas organizações. No intuito de se compreender o
maior ou menor sucesso da relação indivíduo-trabalho-organização, Zanelli
(2004) destaca a investigação de algumas dimensões do Comportamento
Organizacional, que apesar de divergências conceituais, permitem a consideração
da dinâmica indivíduo-grupo-equipe de trabalho.
Para análise do nível
individual, consideram-se fatores de personalidade, valores, atitudes e
habilidades, os quais influenciam os processos psicológicos de percepção,
motivação e aprendizagem individuais, que, por sua vez, afetam o processo de
tomada de decisão. As análises sobre grupos/equipes de trabalho são representadas
por interações bidirecionais entre processos de tomada de decisão grupal,
comunicação, liderança, conflito, poder, política, estrutura de grupo e equipes
de trabalho.
Para organizar o amplo
leque de teorias e conceitos sobre afetividade, Zanelli (2004) elenca três
perspectivas relacionadas à afetividade e ao trabalho, tais como traços
afetivo-emocionais, atitudes e estados afetivo-emocionais.
Para a Teoria dos traços
afetivo-emocionais leva-se em consideração a personalidade e a inteligência
emocional. Nesta pode se incluir a teoria dos cinco fatores (Big Five). Esta
teoria agrupa a personalidade em cinco grandes fatores: neuroticismo,
extroversão, sociabilidade, realização e abertura à experiência.
Há também a teoria que
estuda a inteligência emocional. Segundo ela existem três processos mentais que
são utilizados para processar informações de cunho emocional: a avaliação, a
regulação e a utilização, das quais pessoas mentalmente inteligentes se
utilizariam. Há, ainda, cinco categorias de habilidades interdependentes como
integrantes da inteligência emocional: autoconsciência, automotivação,
autocontrole, empatia e sociabilidade (ZANELLI, 2004).
A outra perspectiva diz
respeito às atitudes. Ela estuda as crenças, afetos e tendências à ação. Seus
respectivos estudos analisam a satisfação no trabalho, o envolvimento com o
trabalho e o comprometimento organizacional afetivo. A última perspectiva que
abrange estados afetivo-emocionais refere-se aos sentimentos e emoções como
positivos e negativos, destacando-se as formulações teóricas sobre os estados
de ânimo, a auto-estima e a satisfação geral com a vida (ZANELLI, 2004).
Condições de trabalho e sua repercussão sobre a atividade do
trabalhador:
Condições ambientais de
trabalho é um conjunto de variáveis do ambiente que circundam o indivíduo
durante a realização de suas tarefas. Os fatores do contexto de trabalho
capazes de gerar ou produzir afetividade são o ambiente físico, líderes,
eventos estressores e características do grupo de trabalho, entre outros. O
interesse por condições de trabalho está alojado na premissa de serem elas um
dos principais fatores, ao lado de características pessoais dos trabalhadores,
responsáveis por resultados relevantes para as organizações. Melhorando as
condições de trabalho, as atitudes dos trabalhadores e outros componentes
psicossociais poderiam também melhorar e, conseqüentemente, serem obtidos
maiores índices de produtividade e desempenho.
O conhecimento acerca de
repercussões das condições de trabalho sobre o trabalhador está sendo
reorganizado em dois eixos: um em que se priorizam as influências do ambiente
sobre o bem-estar do indivíduo/trabalhador e outro em que se enfatizam estas
mesmas influências sobre sua saúde. Podem-se apontar os estudos sobre bem-estar
como uma área que, prioritariamente, engloba análises e resultados relevantes
sobre afetividade no trabalho. Saúde, por sua vez, representa a combinação de
fatores psicológicos, tais como afeto, ansiedade, frustração , bem como
indicadores físicos/ fisiológicos, como pressão sanguínea e funções
cardiovasculares.
O conceito de bem-estar
refere-se ao nível ótimo do funcionamento psicológico e de experiências
positivas; é também um componente de saúde mental, ao lado de outros conceitos
como autonomia e aspiração. Tomando como base todas as concepções teóricas, Ryff
elaborou uma proposta integradora ao formular um modelo de seis componentes do
bem-estar, reorganizado e reformulado posteriormente.
1) Auto-aceitação: aspecto
central da saúde mental. Refere-se ao nível de auto-conhecimento, funcionamento
e maturidade.
2) Relacionamento positivo
com as outras pessoas: empatia, afeição, identificação com o outro.
3) Autonomia: refere-se aos
padrões de auto-avaliação e aculturação
4) Domínio do ambiente:
refere-se a capacidade de criar um ambiente propício de acordo com as
características psicológicas de cada um.
5) Propósito de vida:
manutenção de objetivos, senso de direção para a vida
6) Crescimento pessoal:
necessidade constante de crescimento e aprimoramento.
O ambiente de trabalho,
quando não prioriza o bem estar e a saúde do trabalhador, pode gerar alguns
problemas nestas esferas. O estresse ocupacional, por exemplo, é uma reação
tensional experimentada pelo trabalhador diante de agentes estressores que
surgem no contexto do trabalho e são percebidos como ameaças à sua integridade.
Há algumas fontes de
estresse ocupacional, entre eles:
Fatores intrínsecos ao trabalho: superposição de tarefas, longo
período de trabalho
·
Papel na
organização: papéis ambíguos, responsabilidades de outras pessoas
·
Relacionamento
no trabalho: relação com superiores, colegas, subordinados
·
Desenvolvimento
na carreira: instabilidade na empresa, fusões entre empresas.
·
Estrutura e
clima organizacional: estilo gerencial, nível de participação
·
Interface
entre lar e trabalho: problemas financeiros, familiares, conjugais.
Burnout, também, é uma resposta prolongada aos agentes estressores do contexto do trabalho. É uma síndrome composta por três dimensões:
Burnout, também, é uma resposta prolongada aos agentes estressores do contexto do trabalho. É uma síndrome composta por três dimensões:
1) Exaustão: representa o
estresse individual. O trabalhador tem a sensação de estarem sendo exauridas
todas as suas forças emocionais e físicas.
2) Cinismo: representa o
contexto interpessoal com respostas negativas, como apatia ou distanciamento de
vários aspectos do trabalho.
3) Ineficácia: representa a
auto-avaliação com sentimento de incompetência na realização das tarefas e declínio da produtividade.
Os fatores para a
ocorrência dessa síndrome são:
·
Características
da tarefa: muito trabalho a ser realizado em curto espaço de tempo e ausência
de suporte social.
·
Categoria
Ocupacional: médicos, enfermeiros, professores e profissionais com alto nível
de estresse estão mais propensos.
·
Características
organizacionais: redução de pessoal, exigência de maior produtividade.
Intervenção do psicólogo nos afetos e emoções no trabalho
Intervenção do psicólogo nos afetos e emoções no trabalho
Dentro de uma organização,
o papel do psicólogo se faz importante, pois ele é capaz de lidar com a
manifestação de emoções com maior habilidade. Em qualquer lugar em que pessoas
tenham qualquer tipo de relação, principalmente no trabalho em que elas
interagem constantemente e com funções inter-relacionadas, as emoções e afetos
serão aspectos presentes em todas elas. Em relação às emoções e afetos que
possam vir a surgir, neste ambiente, o psicólogo pode intervir de várias
maneiras para o melhor gerenciamento das mesmas.
Dentre as formas de atuação
do psicólogo está a identificação de fatores potencialmente causadores de
emoções disfuncionais ou negativas no ambiente de trabalho. São três os fatores
apontados como causadores de emoções negativas. São elas a conformidade, a
diversidade e a mudança. A conformidade é pressão para se conformar com normas
e padrões previamente estabelecidos, dentro da empresa. A diversidade pode ser
aquela encontrada nos termos dos contratos de trabalho e a remuneração dada por
produtividade. A mudança, como o próprio nome já diz, é a insegurança casada
pela mudança em si e pelos planejamentos de carreira.
Cabe ao profissional
também, sensibilizar a alta direção da empresa para a necessidade de informar e
dar transparência ao processo de mudanças; treinar gerentes e empregados para
melhorar sua capacidade de autogerenciamento emocional além de informar dos
fatores contextuais que influenciam na interpretação de emoções, como o gênero
e o status. Pode também criar espaços para canalização de emoções negativas que
surgem no ambiente organizacional.
Enfatizando, cabe ao
profissional reconhecer que as emoções no trabalho são importantes para o
ajustamento e a adaptação funcional dos membros da empresa.
Considerações Finais
Desde muitos anos, as
emoções no ambiente de trabalho foram pouco ou nada consideradas, pois eram
caracterizadas como prejudiciais, nesse ambiente. A racionalidade que foi e
ainda é muitas vezes almejada pelas organizações pode ser mais bem sucedida ao
se buscar incluir os aspectos afetivos de seus membros. A tentativa de controle
autoritário da emoções por meio de artifícios técnicos é pouco saudável e pode
trazer prejuízos à organização.
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