ONG cobra para implantar programa
A ONG Bola Pra Frente cobra de
prefeituras taxa de intermediação para levar às cidades o Programa Segundo
Tempo, do Ministério do Esporte, comandado por Orlando Silva (PC do B). A
entidade é dirigida por membros do partido.
O programa do ministério foi
criado para oferecer a crianças e jovens carentes a prática esportiva após o
turno escolar e também nas férias. O esquema da Bola Pra Frente é cobrar
espécie de “taxa de sucesso” conforme cada criança cadastrada. Só que a ONG já
recebe recursos do governo federal para implantar o programa. Atualmente, a
entidade, dirigida pela ex-jogadora de basquete Karina Rodrigues, filiada ao PC
do B e vereadora de Jaguariúna, mantém um contrato de R$ 13 milhões com o
Ministério do Esporte.
Para beneficiar 600 crianças em
Cordeirópolis, a Bola Pra Frente cobrou da prefeitura taxa mensal de R$ 15 por
aluno – ao todo, foram R$ 90 mil em 2010. O prefeito decidiu não pagar mais e
pediu, em novembro, parceria direta ao ministério, que, até semana passada, não
respondeu. A mesma prática ocorreu na prefeitura de Ourinhos, que teve de pagar
R$ 110 mil.
Desde 2004, a ONG Bola Pra Frente
conseguiu, sem licitação, o privilégio de aplicar o Segundo Tempo. Recebeu R$
28 milhões do governo até hoje, sendo R$ 13 milhões no contrato até o fim deste
ano. Com o dinheiro, deveria criar núcleos esportivos nas cidades e dar aulas
às crianças.
Outro lado
Karina admitiu que o prefeito que
não paga não leva o programa. “Fiz uma parceria para suprir a contrapartida que
o ministério cobra da gente. O Segundo Tempo não paga FGTS do funcionário,
seguro de vida, contadores. Hoje temos guia de INSS de R$ 148 mil por mês. O
ministério paga só o salário do professor.” Ela recebe R$ 5 mil de salário da
entidade.
O ministério negou favorecimento
partidário nos convênios do Segundo Tempo. “O ME não pode e não discrimina
filiação política de dirigentes de entidades ou o partido de prefeitos e
governadores, para formalizar convênios”, diz o texto. A pasta informou ainda
que “acompanha sistematicamente” os convênios.
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